Arcade Fire e o show da vida

Um amigo costumava ter um blog com esse nome – o show da vida – e nunca consegui chegar a uma conclusão sobre isso.

Sendo eu uma otimista de carteirinha, sempre acho que o show da vida ainda está por vir. Assim como tudo, na verdade: o melhor ainda vai acontecer. Em algum momento. Eu sei que vai.

Em 2005, eu tinha 24 anos e queria contradizer o hype: “Vou provar que estão errados”, eu pensava. Fui assistir ao Arcade Fire munida desse ceticismo que não me é peculiar (e de uma certa implicância com o senso comum que, essa sim, parece bem comigo).

Fui convertida. Quando um dos caras – naquele momento eu sequer sabia quem era quem – escalou as estruturas de metal do palco, fiquei absolutamente passada. E “Rebellion (Lies)” caiu bem. “People say that your dreams are the only things that save ya –  come on baby, in our dreams we can live our misbehaviour”. Obrigada pelo conselho, Win Butler!

Ontem, quase uma década depois do show de 2005, já com 33 anos, vi o Arcade Fire novamente. Continuo living my misbehaviour in my dreams, e ouvir “The suburbs” ao vivo foi um momento daqueles que me fez querer que aquele fosse o tal show da vida que meu amigo sempre quis saber.

Mas acho que o próximo ainda vai ser melhor. Conto com você, Win Butler.

PS: Meu trecho preferido de “The suburbs” e que sempre me faz chorar:

“So can you understand?
Why I want a daughter while I’m still young
I wanna hold her hand
And show her some beauty
Before all this damage is done

But if it’s too much to ask, it’s too much to ask
Then send me a son”

 

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