– Ela é loura, mora na Zona Sul, é chef de cozinha, tatuada e faz yoga – diz minha amiga.
– Você já teve a impressão de que a vida dos outros parece ser muito mais interessante que a nossa? – pergunto, enquanto remexo meia dúzia de folhas de alface no prato depois de algumas horas de trabalho, como faço todos os dias.
– Mas a nossa vida é interessante. As pessoas costumam achar a nossa vida exótica – responde a terceira pessoa à mesa.
É verdade. Não podemos reclamar, nenhum dos três: metade das coisas que vimos e vivemos e ouvimos costuma ser, no mínimo, exótica. No máximo, interessante em diferentes níveis.
Mas por que, no geral, a vida dos outros sempre parece mais interessante, mais divertida e mais pitoresca que a nossa?
Resposta: não sei. Ainda estou refletindo sobre o assunto.
(“It’s hard to be yourself when everyone is someone else”, obrigada, Ben Kweller).